Mais de 350 pessoas já morreram em protestos no Iraque
Secretário-geral da ONU e alta comissária para os Direitos Humanos estão preocupados com uso de violência contra manifestantes; na cidade de Nassíria, foram mortas mais de 24 pessoas nos últimos dois dias.
As Nações Unidas já confirmaram a morte de 354 pessoas e mais de 8,1 mil feridos desde o início dos protestos no Iraque em outubro. Segundo a organização, “o número real deve ser maior.”
Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “profundamente preocupado” com relatos sobre uso de munição real contra manifestantes, afirmando que isso leva a um aumento do número de mortes e feridos.
Apelo
António Guterres também destacou a violência na cidade de Nassíria, que aconteceu na quarta e quinta-feira. Segundo especialistas de direitos humanos da missão da ONU no país, Unami, pelo menos 24 pessoas foram mortas e mais de 210 ficaram feridas.
O chefe da ONU pediu que todos se abstenham da violência e comecem “a dialogar de maneira pacífica e significativa em benefício do Iraque e do povo iraquiano.”
O secretário-geral repetiu ainda vários apelos às autoridades iraquianas. Guterres quer que exerçam o máximo de contenção, protejam a vida dos manifestantes, respeitem os direitos à liberdade de expressão e reunião e investiguem rapidamente todos os atos de violência.
Investigações
Esta sexta-feira, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também disse estar “profundamente perturbada com o assassinato” de manifestantes no Iraque.
Além de Nassíria, Bachelet mencionou os protestos de rua na cidade de Najaf. Segundo ela, “várias pessoas foram mortas e feridas”, mas os especialistas da ONU ainda não conseguiram confirmar o total de vítimas.
A alta comissária pediu, mais uma vez, que as autoridades tomem “medidas muito mais firmes e eficazes” para evitar que as forças de segurança façam uso excessivo de força. Ela destacou o uso de munição real, dizendo que tem acontecido “repetidamente desde o início dos protestos.”
Michelle Bachelet afirmou ainda que são necessárias investigações e julgamentos para encontrar os responsáveis por esses assassinatos ilegais.